Ministros da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) redimiram, em parte, a imagem daquela Corte ao aceitar ontem as denúncias de corrupção e obstrução à Justiça contra o senador Aécio Neves, do PSDB, de Minas Gerais, tornando-o, judicialmente réu.
Como se assistiu ao longo dos dois últimos anos, o senador tucano foi flagrado em conversas com executivos da JBS pedindo propina de R$ 2 milhões, juntamente com a irmã, e a entrega dosrecursos chegou a ser filmada pela polícia, com intermediários enchendo bolsas de dinheiro.
No caso da aceitação da denúncia do senador mineiro, ela se torna emblemática por dois motivos. O primeiro, porque foi um dos principais articulares do impeachment ou do golpe parlamentar, inconformado em ter perdido nas urnas a eleição presidencial para a presidente Dilma Rousseff, jogando o país no caos institucional, econômico e político no qual vem chafurdando desde então.
O segundo motivo, é o de que do alto de sua soberba, o senador jamais imaginaria que pagaria preço tão alto, com sua imagem completamente conspurcada, suja, e seu futuro político incerto e, talvez, acabado com as eleições que se aproximam.
Que o exemplo do senador, sirva, pelo menos, de advertência e lição para outros políticos conspiradores, velhacos, que se recusam a aceitar os resultados das urnas e ousam afrontar os princípios básicos da ordem institucional com movimentos golpistas.