Dólar bateu todos os recordes ontem. Fechou acima dos R$ 3,70, maior valor dos últimos dois anos. Isso o comercial. O turismo (ou seja, aquele que se compra quando se quer fazer um passeio nos States) não se acha por menos de R$ 3,85.
Não sei se você lembra, leitor, de como esse ano começou. O cenário era de superação da crise. Economistas falavam em recuperação. Políticos falavam em um “novo momento” de progresso, após o Brasil ter enfrentado seus piores tempos.
De lá pra cá, já se foram seis meses. E a tal da crise, passou? Me diga você, leitor, você sente que passou? Alguma coisa melhorou pra você, leitor?
É difícil dizer que sim. Gás de cozinha aumentou; mensalidade escolar aumentou; preços de remédios tiveram reajustes; bandeira da Aneel não ficou muito verdes esses tempos; preço da passagem de ônibus está em vias de aumentar; planos de saúde vão subir em junho; e a gasolina, então, perde-se as contas de tantas altas nesses meses.
O assunto da “crise” não passou. Ele existe, e é política, econômica, moral, ética. Não se deixe iludir por discursos com panos de fundo meramente políticos. Não é um engravatado com salário muito maior que o seu que vai te dizer que está tudo bem e, pronto, tudo ficará bem. Não vai, leitor. É você que sabe o bem ou o mal dentro do seu bolso. Não se esqueça da crise, pelo contrário, fale dela. E, acima de tudo, cobre medidas para o fim dela.