Quem passou pelo Centro de Cobija, cidade vizinha da nossa Brasileia, se deparou com uma pichação muito comum aqui pelas ruas de Rio Branco. Em caixa alta, as letras de duas das maiores facções do Acre, o PCC e o B13, dividiam uma construção perto da zona comercial da cidade boliviana, um símbolo afrontoso à paz social e tranquilidade de qualquer lugar.
O crime organizado é como um câncer maligno que já se alastrou por todo o país. E agora, pelo visto, têm-se facções como um ‘produto de exportação’ para nossos vizinhos sul-americanos. Uma pena, pois, certamente, não é essa a imagem do Brasil que queremos deixar ao mundo.
É certo que a Bolívia não é uma ‘terra de santinhos’. Nenhum lugar é. Inclusive, grande parte do que acontece é consequência de uma rede de narcotráfico que nos assola pela região ser de tríplice fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru. Soma-se a isso o fato de o Governo Federal brasileiro, notoriamente, se mostrar em crise profunda, do ponto de vista econômico e social, e totalmente incapacitado de manter qualquer tipo de controle sobre suas áreas de fronteiras.
O resultado disso é a metástase do câncer; a disseminação do crime organizado brasileiro, que passa a tentar se mostrar, com roubos audaciosos de armas de grosso calibre e pichações de apologia ao crime, nas nações vizinhas. Eis o resultado de não se fazer a lição de casa!