É de todo recomendável conferir e refletir sobre esse estudo que está sendo divulgado pelo Ministério Público Estadual sobre as consequências danosas, trágicas mesmo registradas nos últimos anos, com a chegada das facções criminosas que encontraram todas as facilidades para atravessar as fronteiras com os países vizinhos e travarem uma guerra sangrenta pelo narcotráfico, o contrabando de armas e outras contravenções.
Ilustrado com mapas e números irrefutáveis, esse levantamento deve servir para estabelecer um debate sério, sem conotações partidárias, e a tomada de medidas urgentes para estancar essa tragédia que tem trazido o medo à sociedade com o aumento dos índices de criminalidade no Estado.
Neste aspecto, é preciso reconhecer que o Governo do Estado vem fazendo a sua parte com o reforço das forças de segurança locais. Contudo, como o próprio levantamento do MPE assinala, esse esforço não é suficiente para controlar cerca de 2 mil quilômetros de fronteira com os países tidos como os maiores produtores de cocaína – a Bolívia, Peru e Colômbia. E, por conseguinte, o Acre tornou-se, lamentavelmente, um corredor de entrada e saída do narcotráfico.
Quem não está fazendo a sua parte é o Governo Federal, que tem a obrigação constitucional de fazer a devida vigilância na fronteira. Apesar de advertido sobre a grave questão, até agora só tem acenado com medidas que nunca chegam.