A divulgação desse relatório do Ministério Público estadual sobre a rota do narcotráfico, responsável pelo aumento dos índices de criminalidade no Estado, deveria suscitar um sério debate entre a classe política, a mídia e a sociedade de modo geral, mas não é o que se está vendo.
No intuito de tirar proveito político-eleitoreiro, alguns setores políticos insistem em não se aprofundar sobre esta grave questão, atribuindo ao Governo do Estado a responsabilidade sobre essa verdadeira tragédia que se abateu sobre o Acre e outros estados da Amazônia com a chegada das famigeradas facções criminosas que encontraram a porteira aberta na fronteira para a disputa das drogas, das armas e outras contravenções.
Se não lhes convém reconhecer o esforço que o Governo do Estado vem fazendo para atacar o problema, deveriam, pelo menos, respeitar o trabalho árduo que as forças de segurança locais vêm fazendo, com seus agentes arriscando as próprias vidas e de suas famílias no combate a esses grupos criminosos.
Omissos ou idiotas não se dão conta que, ganhando ou perdendo as eleições, serão vítimas do mesmo problema, por não cobrarem do principal responsável pelas verdadeiras causas que provocaram essa situação: o Governo Federal, que tem a obrigação constitucional e primeira de vigiar as fronteiras. Sem conotação política, isso está muito claro no relatório do Ministério Público.