Animador e gratificante assistir ontem cerca de 100 manifestantes tomarem as ruas centrais da Capital para chamar a atenção sobre a criminalidade e, ao mesmo tempo, pregar a chamada “cultura da paz”.
Animador, porque a sociedade começa também a reagir contra os índices de criminalidade que trouxeram desassossego e temor nos últimos tempos com a chegada das facções criminosas que encontraram a porteira aberta na fronteira do Estado com os países vizinhos produtores e exportadores de drogas e o contrabando de armas.
Um aspecto que chamou a atenção é que esse movimento se proclama “autônomo”. Ou como afirmou um dos seus organizadores “aqui não tem político nem partido; tem apenas a vontade do povo para sair de casa e ir às ruas, ao trabalho ou à escola”. Outra manifestante foi ainda mais radical, dizendo que “os políticos que aparecerem serão expulsos, porque não queremos fazer escadinha para ninguém”.
É salutar que essa manifestação e outras que estão por vir coincidam com alguns dados divulgados ontem pelo Governo do Estado, segundo os quais houve uma queda significativa nos números de homicídios registrados nos últimos dias com essa investida que as forças de segurança do Estado estão fazendo em toda a cidade.
Vale sempre repetir: não se pode aceitar que a Amazônia e por inclusão o Acre se transformem em um entreposto ou num cartel do narcotráfico. Têm outras vocações mais nobres.