É da maior gravidade esta denúncia de que membros de facções criminosas instaladas aqui no Estado estão assediando candidatos a cargos eletivos nas próximas eleições oferecendo apoio e votos em troca de dinheiro ou vice-versa, segundo depoimento de um candidato a deputado federal prestado ontem a este jornal.
É grave, porque ao contar com esse apoio de políticos, esses grupos criminosos acabam se infiltrando também no poder e se fortalecem, como aconteceu em outros estados, como o Rio de Janeiro, onde a criminalidade subsidiada e praticada em larga escala fugiu completamente do controle do Estado e, como se está verificando, nem a intervenção federal com tropas do Exército está conseguindo combatê-los.
No caso aqui do Estado, não há como ignorar e negar que essas facções também já estão instaladas e são responsáveis pelo aumento da criminalidade, apesar do combate sem tréguas que as diversas forças de segurança vêm empreendendo nos últimos meses.
Seria inadmissível que candidatos se aproximassem desses grupos criminosos e, na ânsia de se elegerem, estabelecessem qualquer tipo de parceria, permitindo que criminalizassem o processo eleitoral.
A Justiça Eleitoral, os candidatos com princípios éticos e a própria sociedade têm a obrigação de denunciar esses conchavos e acertos, sob o risco deste Estado se transformar sim numa “Colômbia dos anos 80”, como vem alertando o governador Tião Viana.
