Que a atitude do governador Tião Viana e do governador eleito Gladson Cameli, que trocaram telefonemas para conduzir com tranquilidade e responsabilidade o processo de transição de Governo, sirva de exemplo, pelo menos aqui no Estado, para conter essa “marcha da insensatez” que tomou conta do país com demonstrações de intolerância e ódio antes e depois da eleição do primeiro turno.
Como se recorda, um dos candidatos a presidente da República eleito para o segundo turno ainda se recupera de um atentado a faca cometido por um doente mental em represália à pregação e manifestações fascistas do mesmo candidato.
E, após as eleições, essa“marcha da insensatez” prossegue com várias ocorrências de violência e até de mortes pelo país afora, como se verificou na Bahia com a morte de um capoeirista, as agressões a uma jornalista no Recife e à irmã de Mariela Franco, assassinada no Rio de Janeiro.
Como assinalou um jornal francês, o país vive um “apocalipse político” realizando eleições “num ambiente toxico” e a impressão que dá é a de que “a civilização não foi feita para o Brasil”. Observações duras, que deveriam envergonhar os governantes e a classe política deste país, como seus magistrados, mas não é o que se constata.
Ao contrário, foram esses mesmos governantes e políticos e parte do Poder Judiciário que, por conivência e omissão, permitiram a ascensão desse político desqualificado que intoxicou grande parte da população com a intolerância e o ódio, incitando até mesmo que pegasse em armas.