A menos de uma semana para a eleição do segundo turno do presidente da República, grande parte da sociedade brasileira assistiu atônita e indignada a uma entrevista da presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no último domingo, afirmando que as eleições no país estão transcorrendo dentro da normalidade democrática.
A impressão que se teve é a de que a ministra vive em outro planeta ao ignorar, pelo menos, duas graves denúncias que atentam frontalmente contra a legislação eleitoral e a democracia. A primeira, a de que a campanha do candidato Jair Bolsonaro estaria sendo financiada por empresários usando as redes sociais, configurando o crime de caixa 2, em valores que já teriam atingido cerca de R$ 12 milhões.
A segunda denúncia a de que um dos filhos deste candidato afirmou que se a candidatura do pai fosse impugnada bastaria “um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal de Justiça”. Candidamente, a presidente do TSE sequer abordou as graves denúncias, ignorando que o país está contaminado pelo ódio, alimentado pela pregação fascista deste candidato, que já redundou em agressões e até mortes.
Pelo menos, ontem alguns ministros do STF reagiram às declarações do filho do candidato. Um deles, Celso de Melo, chamando-o de “golpista” e outro, o ministro Marco Aurélio, advertindo “vamos ver onde isso vai parar”.
Se depender da omissão da ministra Rosa Weber, tudo indica que pode acontecer o pior. Como assinalou o jornal francês LesEchos, “o Brasil mergulhará no obscurantismo, abrindo as portas do inferno”.