Neste segundo turno da eleição para presidente da República, nada a opor que partidários e militantes de um e outro candidato saiam às ruas para manifestar seu apoio dentro dos princípios democráticos e do bom senso.
O que não se pode aceitar, porém, são manifestações explícitas que incitam a violência, como se assistiu também aqui no Estado, anteontem, quando militantes do candidato Jair Bolsonaro ocuparam o Lago do Amor e gesticulavam como se estivessem usando uma arma.
Na verdade, imitando seu líder que, em diversas ocasiões, fez o mesmo gesto descabido e irracional usando até uma criança de colo ou em outra ocasião, em sua visita ao Estado, tomando um tripé para imitar uma metralhadora e afirmando que “vamos metralhar a petralhada aqui do Acre”.
Do candidato, com efeito, não se pode esperar outro comportamento diferente, pelas suas ideias fascistas, misóginas, racistas. Com o país já conflagrado pela violência, era de esperar, porém, um comportamento mais digno ou comedido de seus correligionários, mas não é o que está acontecendo com o registro de inúmeras agressões e até mortes pelo país afora.
O que se pergunta é o que pretende essa gente? Que país é este que querem construir para seus filhos, para a sociedade? Como assinalou um jornal francês, o Brasil está para dar “um mergulho no obscurantismo, abrindo as portas do inferno”.
E o que indigna e revolta é que o Poder Judiciário, inclusive a mais alta Corte do país, permanece omissa e quem sabe até conivente com essa “marcha da insensatez”.