Além das festividades, a comemoração de mais um aniversário de fundação de Rio Branco, a Capital do Estado, deve servir também para reflexão de seus administradores e de todos os que nela vivem.
Fundada há 136 anos às margens do Rio Acre no Ciclo da Borracha pelo seringalista Neutel Maia à sombra de uma gameleira, onde se reunia com outros “Coronéis da Borracha” para jogar carteado, a cidade foi crescendo durante um século em torno do rio até a década de setenta do século passado com a chegada da pecuária que substituiu a borracha pelo boi.
Um processo conflituoso e, por vezes selvagem e sanguinário, expulsando dos seringais milhares de trabalhadores que se fixaram na periferia da cidade, sem nenhum planejamento de seus administradores e em precárias condições.
De lá até hoje, muita coisa aconteceu, melhorias foram feitas, mas alguns sérios problemas ainda persistem e precisam ser resolvidos, como por exemplo, a construção de mais conjuntos populares para transferir milhares de famílias que ainda moram em áreas insalubres e quase todos os anos sofrem as consequências de alagações.
É sempre conveniente lembrar que, ao longo da história, cidades foram construídas para tirar pessoas e seus núcleos familiares do isolamento e viver em harmonia, ajudando uns aos outros.
Infelizmente, não é o que se constata nesses tempos modernos, com todo tipo de exclusão e violência. Porém, é preciso que seus administradores e habitantes não percam jamais de vista esse objetivo maior ou regredirão ao tempo das cavernas.