O Rio Acre começou a bater na porta das casas dos moradores das áreas de risco de Rio Branco. E novamente, por mais um ano, volta-se todas as atenções para o drama das famílias desabrigadas. É toda uma grande mobilização para preparar abrigo e operação, primeiro, de retirada das famílias e, depois, de retorno às suas casas.
O manancial não desabrigou famílias, AINDA… mas, isso pode mudar em poucas horas. As subidas do rio são bruscas. Até semana passada, ele estava na faixa dos sete metros. Hoje, encostou nos 13 m. Um ritmo de mais de 5 metros em uma semana. Por sua vez, as fortes chuvas dos últimos dias já ativaram outro problema: as famosas “enxurradas”, fazendo igarapés e açudes invadirem casas em vários bairros da Capital.
Essa mesma situação é cíclica. Repete-se quase que como um saudoso “disco furado”, que toca e toca, e que sempre fica sem solução. Um problema de planejamento urbano e de falhas em políticas públicas habitacionais que já se arrasta de muitas décadas atrás.
Este é um legado maldito que não será resolvido do dia pra noite, nem em um ou dois anos. Mas, pode começar a ser remediado. O governo é novo. É uma nova gestão. Pode muito bem começar a rever determinadas políticas públicas de habitação e moradia, fazer um replanejamento urbano, tomar medidas de desapropriação nas áreas de risco. Caso contrário, serão mais um, quatro, vinte anos de mais, sempre mais do mesmo.