A festa do Carnaval remete a uma questão persistente quanto aos gastos públicos: prioridades. Muito se critica, por pura força do hábito mesmo de criticar, a postura do poder público municipal e estadual em economizar; em não dar ao povo aquele festão carnavalesco que se tinha em outros tempos, de vacas gordas.
E aí que surge a indagação: gastar com festa, ou seguir na luta de sempre que é tentar resolver os problemas da cidade, do Estado? Dilema similar pode aparecer em sua casa, leitor. Algo do tipo “vou pra balada, ou pago as contas?”. Só que na sua casa é você que manda no dinheiro. E o impacto disso tem a mesma proporção. Só recai sobre o seu lar.
A população tem que cobrar, opinar, dar pitacos e fiscalizar os atos públicos, até passar do limite da chatice mesmo. Faz parte. É o seu papel. Mas, no final, quem dá as ordens são os gestores. Eles é que detêm a competência para determinar a destinação dos recursos públicos, conforme seus planejamentos. Mas não é só de poder que se trata essa questão toda. É de responsabilidades também.
Bancar uma mega festança de Carnaval é dar as costas aos verdadeiros problemas que assolam nossa cidade. Não dá. De que adianta cair na folia e chegar na quarta-feira de cinzas com surtos de dengue, alto risco de alagação, cidade tomada por buracos. Estas e outras são demandas prioritárias por um motivo. E tal motivo tem que ser respeitado.