A manifestação dos servidores da Saúde, na manhã de ontem, e a ameaça de uma greve geral do setor deixam claro que a lua de mel do governo de Gladson Cameli com a sociedade e com o funcionalismo público, de modo geral, acabou.
Passados os primeiros três meses da “mudança”, os problemas novos e antigos foram, definitivamente, transferidos à conta da nova gestão, e as promessas da campanha recente são cobradas com peso dobrado.
Se, por um lado, a sinalização do diálogo com o secretário estadual de Saúde e a suspensão da greve por mais 30 dias pode ser considerada, a princípio, uma vitória do governo, nesse primeiro embate com os sindicatos; por outro, aumenta a responsabilidade do governador para com os compromissos firmados sobre as principais reivindicações da categoria. Entre elas, a regularização do Pró-Saúde.
Por ora, o governo ganhou tempo, e os usuários do sistema público de Saúde podem respirar com certo alívio em relação à paralisação de serviços já tão precários.
Mas, diante de um sistema em colapso, em estado de calamidade, não vai demorar muito para os desacordos voltarem a aparecer. E aí será preciso mostrar que existe muito mais do que habilidade política em prometer. Será preciso provar a eficiência para solucionar os problemas que afligem os servidores e a população.