O país está outra vez chocado e indignado com essa nova carnificina de 55 detentos, ocorrida no final de semana em presídios de Manaus, no Amazonas, numa disputa feroz entre facções criminosas, e expondo a falência do sistema penitenciário.
Enquanto essa matança acontecia, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, estava viajando para Portugal para mais uma de suas palestras. Na verdade, depois de cinco meses no poder, o ministro, bem como o Governo que representa, ainda não se deram conta do poder que esses grupos criminosos representam para a sociedade.
Contudo, não foi por falta de advertências. Como se recorda, desde o Governo passado, que governadores das regiões Norte e Nordeste se reuniram várias vezes para advertir que essas facções migraram do Centro-Sul para os estados fronteiriços e encontraram as fronteiras escancaradas para ter acesso ao narcotráfico, aumentando sobremaneira a criminalidade nesses estados.
Como não faltaram também sugestões desses mesmos governadores de o Governo Federal estabelecer um Plano Nacional de prevenção e combate a esses grupos nas fronteiras. De concreto nada foi feito e deu no que deu – no aumento da criminalidade e nessas carnificinas.
E o mais trágico é que com um Governo que encoraja o cidadão a se armar até com fuzil, a situação só tende a se agravar.