Em entrevista a uma emissora de televisão ontem, o governador Gladson Cameli voltou a repetir pela segunda ou terceira vez que o sistema de Saúde Pública não está funcionando por existir um “cartel” que estaria atrapalhando o funcionamento do setor.
Trata-se de uma acusação grave, porém, o governador não deu detalhes de que como seria esse suposto “cartel” nem quem seriam seus integrantes e, agindo dessa forma, o governador permite que a sociedade tire lá suas conclusões.
Uma delas é a de que, se existe o “cartel”, o governador teria a obrigação de informar seu funcionamento e seus membros, desmontá-lo e punir com o rigor da lei seus infratores. Outra é a de que o governador não tem informações seguras sobre a questão e a última é a de que estaria usando de um subterfúgio para confundir a opinião pública.
A verdade é que nesses primeiros cinco meses, o setor da Saúde não está funcionando como deveria e pode-se dizer que piorou pelas imagens mostradas de pacientes amontoados em macas pelos corredores do hospital e as reclamações e reivindicações da população e dos próprios médicos e demais funcionários do setor.
A julgar pelo que o próprio Governo e seus porta-vozes têm divulgado e até se jactado, recursos não faltam. Diante disso, o mais correto e ético é o governador reconhecer que falta gestão eficaz e corrigir o que precisa ser corrigido, assim como em outros serviços essenciais. O governador costuma dizer que seu Governo “já deu certo”. Até agora, não deu certo.