Louve-se o esforço e o trabalho das forças de segurança no combate à criminalidade, como se registrou esta semana com a prisão de várias lideranças de uma facção criminosa, mas, a rigor, ainda não é possível corroborar com a tal “sensação de segurança” que algumas autoridades insistem em apregoar.
A verdade é que essas facções ou grupos criminosos exercem verdadeiro poder paralelo em quase todos os bairros da Capital e alguns municípios do interior, impondo todo o tipo de controle, matando rivais na disputa pelo narcotráfico e como se noticiou ontem obrigando pastores a informar se ex-membros de seu grupo estão frequentando as igrejas.
Aliás, no mesmo dia em que a tal operação foi realizada, várias execuções foram registradas aqui na Capital e no interior e continuaram ao longo da semana. Infelizmente, não deverão cessar tão cedo, até que o Governo do Estado não cobre do Governo Federal a sua responsabilidade de elaborar um plano nacional para combater essas organizações ao longo da fronteira com os países produtores e exportadores de drogas.
Neste aspecto, faça-se a devida justiça ao ex-governador Tião Viana que compreendeu a gravidade do problema, reuniu governadores e fez essa cobrança até agora ignorada. Não adianta o ministro da Justiça, ele mesmo Sérgio Moro, elogiar em rede social a tal operação sem se empenhar na elaboração e execução desse plano estratégico. Como já se assinalou, é provável que ele nem saiba apontar no mapa onde fica o Acre e outros estados da Amazônia. Sua obsessão é outra.