Decididamente, há certas situações no atual Governo que não dá para entender e, como diz o jargão, nem Freud explica. É o caso da licitação de um jatinho, referendada ontem, que ficará à disposição do governador para sua locomoção para dentro e fora do Estado.
O assunto já havia vindo à tona, com intensa repercussão negativa da oposição e da própria sociedade, mas o governador Gladson Cameli apressou-se em desmentir, afirmando que um estado pobre, que precisa conter gastos, não poderia dar-se a este luxo. E chegou a acrescentar que ele próprio possui seu avião particular e não precisaria dessa contratação.
Ontem, porém, o Diário Oficial publicou a homologação da contratação de um jatinho de propriedade de uma empresa de Manaus(!) que, se usado conforme as especificações apresentadas, custará aos cofres públicos a bagatela de mais de R$ 5 milhões.
Admita-se até que em determinadas situações extremas, o governador ou seus assessores tenham a necessidade de se locomover às pressas. Porém, como ele mesmo asseverou, um estado carente como o Acre não pode se dar a essa regalia de contratar um jatinho que ficará à disposição permanente para essas circunstâncias. E, repetindo o que afirmou, ele mesmo tem um avião próprio para se locomover.
Francamente, não dá para entender. Ou dá no contexto em que vive o país.