Só tapando o nariz para passar a limpo essa crise aguda que se estabeleceu entre o governador do Estado e os deputados estaduais que explodiu na semana que passou. Contudo é necessário examiná-la para que a sociedade compreenda o que está se passando e cobre as devidas providências de ambos os lados.
Como se recorda, tudo começou, quando os deputados, por maioria absoluta rejeitaram os vetos do governador contidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, alegando que o governador estaria rompendo com os entendimentos acordados.
E, na verdade, rompeu mesmo, demonstrando, mais uma vez, sua imaturidade política, a ponto de, como se viu, de seus vetos serem rejeitados por sua própria base política naquela Casa. Resultado apurado, votação encerrada, era de se esperar que o governador abrisse o diálogo com os parlamentares.
Longe disso. Demonstrando mais uma vez seu despreparo, pegou a caneta e demitiu 340 servidores comissionados, tendo o devido cuidado de escolher a dedo parentes próximos dos deputados, sob a alegação de que o Governo precisa fazer um ajuste fiscal considerando que já ultrapassou o limite da lei.
Conversa. Até os meninos do Jardim de Infância consideram uma atitude de pura retaliação. Trata-se de uma crise que vem sendo cozinhada desde o começo da atual administração, com graves consequências para a sociedade com o agravamento dos problemas sociais em setores nevrálgicos como na Segurança Pública, na Saúde e Educação. Na verdade, até agora, este Governo só produziu crises sobre crises.