Sob um forte e desnecessário esquema de segurança, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, dignou-se ontem a visitar e conhecer onde o Acre se localiza no mapa e, talvez, volte, para Brasília com as informações de que o Estado é um dos mais problemáticos para a prevenção e combate ao narcotráfico no país.
Até então, nesses nove meses, não se ouviu dele uma referência sobre este grave problema como ministro da Justiça, mas ontem, até que enfim, lançou um programa de monitoramento das fronteiras e repassou ou vai repassar ao Estado equipamentos para combater o narcotráfico nas fronteiras escancaradas com os países tidos como maiores produtores e exportadores de drogas, sobretudo, a cocaína e seus derivados.
Diga-se o que quiser, mas esta é a questão: enquanto não se estabelecer um plano eficaz de monitoramento das fronteiras – no Acre são cerca de 2 mil quilômetros com a Bolívia e o Peru – as drogas continuarão entrando às toneladas e as facções criminosas aumentando a criminalidade fora e dentro dos presídios.
Aqui no Acre mesmo, se o ministro tivesse vindo na semana passada, teria constado que as facções provocaram mais uma noite de terror, com três mortos, um deles decapitado.
Este é o problema que deve ser exposto ao ministro pelas autoridades locais, sem perfumarias, com toda a sua gravidade que o Acre e outros estados da região Norte e Nordeste estão sofrendo.