Aquilo que se previa aconteceu, mas não com a estupidez do uso da força contra os sindicalistas e funcionários públicos que lotaram ontem a Assembleia Legislativa para protestar contra o projeto de lei do Governo do Estado sobre a Reforma da Previdência.
Que a reforma da Reforma da Previdência é necessária é consenso, não se discute. No entanto, por estar em questão os interesses legítimos da sociedade, é consenso também e necessidade que seja amplamente debatida, questionada em seus diversos aspectos pelos principais interessados.
No caso aqui do Estado, o Governo sequer divulgou os termos da proposta e muito menos abriu o diálogo com os representantes das diversas categorias do funcionalismo público, que alegam que os servidores serão seriamente prejudicados por vários itens contidos no texto enviado à Assembleia.
Além disso, como sempre mal assessorado, o Governo apressou-se em aprovar a Reforma antes que o Senado da República tenha aprovado e promulgado o texto constitucional, exaustivamente debatido no Congresso Nacional.
Deu no que deu: a reação dos servidores foi imediata e justa e a do Governo ou de quem quer seja de estupidez: apelar para o uso da força, usando gás de pimenta e safanões contra os manifestantes, uma prática condenável que não se registrava desde o tempo da Ditadura Militar, da qual o Governo deve reconhecer que errou e pedir desculpas.