O ano novo, que se avizinha, vai demandar da gente brasileira um espírito de superação nunca visto antes, sobretudo, pelos fatos brutais, estado de coisas, onde poucos sobrevivem dignamente.
Superação, por exemplo, das classes representativas da educação, do judiciário, das polícias federais, do servidor público em geral? Do pai de família, profissional honesto, que não encontra condições de sustentar sua família com seu pequeno salário e ainda vê seus filhos sendo empurrados na direção das praças e ruas em busca de sobrevivência.
Essa superação, subentendo, passa por crer nas utopias, enquanto aspirações possíveis. Significa dizer que é preciso pôr ações nos nossos sonhos, uma vez que os sonhos não se sobrepõem à realidade. A realidade é dura, cruel e sangra nas suas múltiplas facetas. A situação atual, independente das utopias do futuro, é sacrificante e exige da gente a capacidade de perseverar face às dificuldades, ou até mesmo sofrer tudo sem perder o ânimo. Exercitar com tenacidade, própria de cidadão sofrido, muitíssimo provado por meios de perdas, sofrimentos e outros males existenciais.
Entretanto, num contexto social em que o povo está com os nervos à flor da pele, tendo a ansiedade como seu grande algoz, só superação não assegura aos nossos corações que dias melhores irão surgir. Necessitamos de esperança. Nem que sejam gotas de esperança, que vá além da grande expectativa dum Ano Novo melhor. Esperança que nos façam superar os apertos cotidianos deste Ano Velho.
Esperança, para um mundo contemporâneo que parece desconhecer as dimensões da esperança. Talvez porque esperar demanda tempo. Tempo requer paciência, uma virtude rejeitada pela geração da comida rápida, dos fantásticos aplicativos de comunicação instantâneos e dos carros velozes e vorazes.
Esperança, sim senhor, visto que, em 2020, temos apenas ESPERANÇA de melhores dias, pois só Deus sabe o que ainda virá, quer no campo da fome e das doenças endêmicas que sorrateiras continuam agoniar os países ditos de terceiro mundo; quer na violência urbana com suas assombrosas conseqüências.
Esperança, pois afinal diz aquela clássica afirmação do profeta Isaias: …”os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fadigam.” Esperança pelos olhos da fé, como secunda o texto Sagrado: “A esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?”
Afortunado Ano Novo de superação e esperança!!