Numa verdadeira afronta aos povos da Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto transferindo o Conselho Nacional da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente e instituindo um conselho com a participação apenas de ministros, sob a presidência do vice-presidente Hamilton Morão.
A rigor, nada disso surpreende considerando as inúmeras e tresloucadas afirmações que ele vem fazendo desde que assumiu sobre a região Amazônia, que redundaram no ano passado no maior índice de devastação da floresta com derrubadas e incêndios, chamando a atenção do mundo inteiro.
Com efeito, o objetivo desse ato é o de abrir a Amazônia para a exploração de minérios, madeira e outros bens de sua rica biodiversidade, como fez com o pré-sal, atingindo as populações locais e, de modo particular, os povos indígenas que “estão querendo ser gente igual a nós”, segundo ele mesmo declarou recentemente.
O que surpreende é que neste novo conselho não só entidades ambientalistas e cientistas foram excluídos, mas também todos os governadores da região foram alijados e alguns deles, sem o mínimo de autoestima, ainda posaram para fotografia batendo palmas para o presidente.
A única esperança que resta é a de que os povos da Amazônia e suas entidades representativas reajam a mais esse atentado, não só pelas redes sociais, mas na prática, como os acreanos fizeram nas décadas de setenta e oitenta com os “empates”, conseguindo manter mais de 80% de sua floresta de pé.g