É muito fácil lutar uma guerra quando são os soldados que têm que ir para o campo de batalha, arriscar suas vidas. Assim tem sido a luta em todo o Brasil contra a pandemia do novo coronavírus. Enquanto isso, o que os nossos governantes fazem é dar ordens e se preocupar com a economia, com o estrago que a covid vai deixar nos cofres públicos.
No Acre, não dá para dizer que o cenário é muito diferente. Os profissionais da Saúde estão travando uma verdadeira linha de frente contra o vírus, e estão desprotegidos. Da parte de segurança, policiais vão garantir a ordem pública nas ruas, e os penais controlam um sistema prisional com condições altamente propícias para proliferação de qualquer doença.
Ontem, o boletim da Saúde revelou que mais de 10 destes profissionais foram infectados com a covid-19 no Acre: três policiais militares, 1 policial penal, 1 agente socioeducativo e 7 profissionais de saúde. No boletim anterior, outros tantos tinham pegado a doença. E não se engane, leitor, não vai parar por aí. Os boletins do amanhã reportarão mais destes contágios.
O governo precisa garantir a segurança pessoal destes profissionais. Eles são pessoas, têm suas famílias em casa. Esse projeto de aumentar 100% da gratificação por insalubridade é o mínimo que o Estado deve fazer pelos servidores da Saúde. Vai por comida na mesa. É um primeiro passo. Mas não pode parar por aí. Eles precisam estar mais equipados para evitar o contagio da doença. Caso contrário, iremos para uma guerra sem soldados, sem linha de frente. O caos e o colapso serão resultados iminentes.