O assunto do dia foi o relaxamento das medidas de isolamento social no Acre, com a reabertura do comércio (de forma restringida, é claro) e até do retorno às aulas.
A questão é complicada. De um lado, é justíssimo o argumento de quem defende à volta de tudo, uma vez que a pandemia do novo coronavírus está esfacelando uma economia que já vinha baqueada, cambaleante. Quem tem conta para pagar quer se mexer, quer salvar sua empresa, quer trabalhar para por comida na mesa. Do outro lado está o bem maior, a vida.
O problema é que, enquanto gestores e empresários sentavam para debater um eventual retorno moderado às atividades, o Acre perdia mais duas vidas; 18 mortos ao todo vítimas da doença. Outras 37 pessoas se somaram ao rol dos 354 infectados. É muita gente.
Vão começar a ampliar a capacidade de testes no Estado. Não tenha dúvida de que isso vai fazer a quantidade de casos locais multiplicarem. E aí, como reabrir lojas e escolas assim?
O grande cerne dessa história toda é que o empresariado local está abandonado. Não tem ninguém além de si mesmo para contar se quiser se reerguer desta recessão do coronavírus. O governo – nacional, local ou tanto faz – muito prometeu, mas pouco ou quase nada de efetivo fez para dar uma noite de sono mais tranquila a empreendedores. Esse é o grande problema. É essa descrença em discursos políticos vazios que amargura o empresário, faz lojas e indústrias fecharem as portas e ameaça o emprego de milhões de brasileiros. O governo pode ponderar em manter tudo fechado, mas devia se mexer em prol de salvar o comércio e a indústria local.