Conhecido por comandar um dos locais mais famosos de Rio Branco, o lanche árabe da Gameleira, Manoel Barros quer divulgar cada vez mais sua paixão de infância: a música. O acreano lança, nesta sexta-feira (16), o álbum “O Jornal” nas plataformas digitais. Este já é o quarto CD gravado pelo artista, que sempre fez música por amor e para compartilhar com os amigos. Na sexta todas as músicas estarão no canal do artista no YouTube . Em breve, também, no Spotfy e Deezer.
Encontre o Manoel também no Facebook (Manoel Barros) e no Instagram (@manoelbarrosac). Uma live de lançamento será realizada na sexta-feira, a partir das 20h, no Facebook do artista.
Foi aos oito anos de idade que Manoel teve seu primeiro contato com um violão, instrumento que o pai ganhou numa rifa, em Xapuri. O presente era, na verdade, para uma das irmãs de Manoel, que acabou não gostando e permitindo que o irmão descobrisse um amor que leva até hoje, com seus 60 anos de idade. “Eu me apaixonei. Aí foi um casamento sem fim”, declara.
Engana-se quem pensa que o trabalho de Manoel na música iniciou há pouco tempo. O artista e comerciante começou a aprender o instrumento aos poucos com ajuda de amigos e “professores” que apareceram pela vida. Na década de 70, ele foi guitarrista de duas das maiores bandas da cidade: Os Mugs e Os Bárbaros, que animavam os bailes da cidade tocando de tudo um pouco. Com o instrumento, logo começou a compor suas próprias letras, o que lhe rendeu o primeiro lugar de melhor música na primeira edição do FAMP (Festival Acreano de Música Popular), em 1980, com a música “Meu Amanhecer”. Com gosto eclético que vai de balada, jazz ao forró, Manoel destaca “Os Beatles”, Tim Maia e Caetano Veloso como algumas de suas inspirações.
Com o tempo a vida foi lhe trazendo outras funções, mas nunca o impediu de continuar exercendo sua arte, nem que fosse por amor. Em 2001, Manoel gravou e lançou seu primeiro CD (Retrato no Prato). Convidou amigos, contratou um estúdio e arcou com todos os custos. Fez uma tiragem de mil cópias e ao invés de vender, distribuiu.
“Eu faço como um registro, mas aí os amigos vão pedindo e eu vou espalhando. Hoje tem CD meu no Japão, Colômbia, China, Europa… Tenho um amigo que toda vez que viaja leva um monte e vai entregando. Faço música para agradar as pessoas, não é na intenção de tirar dinheiro de ninguém, só para divulgar o trabalho”, relata o artista.
Assim, ele seguiu a forma de produção lançando os álbuns “Besouro Antenado” (2010), “Viva a Poesia” (2015) e agora “O Jornal” (2021). Com a pandemia e mudança do consumo midiático para o meio digital, Manoel optou lançar o novo CD na internet, assim como disponibilizar todas as músicas das outras obras online.
Álbum “O Jornal”
Com 12 faixas que passeiam pelo brega, forró, balada, jazz e muito mais, “O Jornal” foi gravado em 2020, pouco antes da pandemia. Assim como os estilos, as letras também variam trazendo desde uma crítica social, como na faixa título, romantismo, bom humor e até uma homenagem ao país Portugal.
“Dorme na praça, o papelão é de graça. Jornal é o cobertor” diz a letra da música que leva o nome do álbum. Segundo Manoel, suas composições vêm de observações e situações do cotidiano.
Entre suas favoritas também está “Tome lhe Tome”, uma música engraçada, divertida e com risco de virar meme à estilo da famosa “Carpinteiro”, que viralizou nas redes. Outra música divertida é “O amor é assim”, uma espécie de bolero que Manoel prova que não tem espaço para machismo ao cantar “Passo pano na casa, lavo a louça pra ela, ela é minha amada”. Ele destaca também a faixa “Quem manda é Deus” e “Portugal” como suas favoritas.
Além de Manoel que assina a composição, vocal principal e arranjo de todas as músicas, “O Jornal” é um trabalho do Estúdio Stylus, André Dantas (Direção Musical, piano e arranjo), João Rocha (Mixagem, bateria sample), Charles Canhoto (Guitarra), Maestro Sandorval (sax alto, soprano e tenor), Átila (Vocal), Badir Casseb (Trompete), Duda (pandeiro).