Durante o verão amazônico a prática das queimadas ainda é frequente no Acre. Dados do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma) apontam que 234 focos ativos de incêndio foram registrados no Acre, de janeiro até 18 de julho deste ano. Houve um aumento de 6% dos casos com relação ao ano passado, pois o registro foi de 220 casos, de janeiro até 19 de julho de 2020.
Vale constar que só nos últimos três dias, 29 focos de queimadas foram registrados no estado. As cidades com mais casos são Brasileia, com 30 focos, Tarauacá, com 25 e Cruzeiro do Sul, com 24 registros. As principais áreas destas queimadas são em projetos de assentamentos, propriedades particulares e Unidades de Conservação. O site A Gazeta do Acre entrou em contato com o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), órgão responsável pela fiscalização, e aguarda retorno.
A antecipação do verão amazônico, devido ao efeito La Niña, seria o principal motivo para o aumento dos casos, neste ano, segundo o Tenente Coronel BM Ferreira, coordenador estadual de proteção e defesa civil. “O homem amazônico espera a estiagem, ele não perde tempo. Pela cultura e por outras, como as econômicas, ele tendem a fazer a queimada mesmo”, explica.
Ele avisa ainda que julho será o mês mais crítico, segundo as previsões climáticas do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). “Entre julho e setembro a fiscalização é de extrema importância. Vamos ter que fazer um conjunto de ações, uma melhor fiscalização, uma assistência. Porque não agimos só para coibir e multar, tem um cunho educativo também, para ensinarmos métodos alternativos”, afirma o tenente.
No iníncio de junho, o governo do estado divulgou o lançamento do Plano Operacional de Combate às Queimadas, por meio do Corpo de Bombeiros. A operação visa prevenir, fiscalizar e combater os incêndios ambientais.
Os dados do Cigma apontam ainda que o Acre ocupa o oitavo lugar nos registros de focos de queimadas em toda a região da Amazônia Legal. Mato Grosso e Tocantins são o estados com os maiores números. O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou ainda que Amazônia Legal brasileira registrou 8.381 km² de desmatamento no acumulado dos últimos 11 meses, de agosto de 2020 até junho de 2021.
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