Durante a sessão desta terça-feira (24) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), os deputados manifestaram repúdio à operação deflagrada pela Polícia Federal, Exército, fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na última semana, que resultou na apreensão de 190m³ de madeira e prisão de 11 marceneiros do Polo Moveleiro de Brasileia.
O primeiro a falar no assunto, da tribuna, foi o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B). A seu ver, o que prejudicou os trabalhadores foi demora na liberação das licenças pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).
“Apreenderam madeiras e conduziram à prisão 11 marceneiros de Brasileia. Tiveram que tirar a roupa, ficaram presos de cueca, foram conduzidos em camburão para uma audiências de custodia e só saíram quando pagaram a fiança. Agora, para renovar uma licença, o processo entra e fica um ano parado e quando chega a fiscalização… A renovação deveria ser automática, porque ele já fez o primeiro processo.”, propôs o comunista defendendo também que os pequenos agricultores tenham o processo de licenciamento para o aproveitamento da madeira agilizado. “São eles que abastecem as marcenarias com a matéria-prima.”, concluiu.
A deputada Maria Antônia (PROS) também falou no assunto ao utilizar a tribuna se solidarizando com os marceneiros conduzidos para a Delegacia de Polícia Federal.
“Eu lamento profundamente do fundo meu coração que isso tenha acontecido, a irmã de um dos marceneiros me ligou apavorada dizendo que o seu irmão estava detido na Polícia Federal. A gente fica sem palavras, pois isto é revoltante e tem que ser feito alguma coisa para que não volte a acontecer essa humilhação com estas pessoas que lutam aí dia a dia para levar alimentos para as suas famílias. Eu não entendo por que fizeram isto com estas pessoas tão sofridas, são trabalhadores que buscam a sobrevivência e não precisavam ser tratados desta forma desrespeitosa, a gente fica muito triste sem saber o que fazer ou o que dizer. É uma prática inadmissível a maneira truculenta com que os marceneiros do Alto Acre ou de qualquer região são tratados pelos servidores deste órgão eu fico indignada profundamente.”, salientou.
Gerlen Diniz (Progressistas) também repudiou a ação acrescentando que a situação acontece em todo o estado e, aproveitou para criticar governos passados. “Os marceneiros trabalham como se estivessem cometendo um crime. Aquilo dói uma covardia com o povo acreano, vivemos no meio da floresta Amazônica e hoje se um pai de família derrubar uma árvore para construir a casa, vai preso. Essa ‘enganagem’ perversa implantada no governo petista ainda não foi desmontada pelo atual governo, esse problema precisa ser resolvido.”, asseverou.