A Ambev vai aumentar o preço das cervejas a partir de outubro. Em nota à Jovem Pan, a responsável pela produção da Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia, entre outras, afirmou que a mudança faz parte de alterações de rotina no valor das marcas. “A Ambev faz, periodicamente, ajustes nos preços de seus produtos e as mudanças variam de acordo com as regiões, marca, canal de venda e embalagem.” A companhia não revela o tamanho do aumento. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), para o Estado de São Paulo, o reajuste deve ser de cerca de 10%, em linha com o salto da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na prévia de setembro, o indicador avançou 1,14% — maior registro desde 1994 —, e acumulou alta de 10,05% nos últimos 12 meses. O reajuste nas cervejas, no entanto, pode variar entre as regiões do Brasil.
Segundo o presidente do conselho estadual da Abrasel, Percival Maricato, parte do acréscimo da Ambev deve ser repassado aos consumidores. “Assim como todas as empresas, bares e restaurantes vivem do faturamento e da despesa. Se aumenta, algo desse valor acaba indo para o cardápio. Mesmo que os empresários tenham medo de fazer esse repasse, ele é inevitável”, afirma. A mudança de preços das cervejas pressiona ainda mais o setor, um dos mais impactados pelas medidas de isolamento social impostas desde março de 2020 para conter a pandemia do novo coronavírus. “Esperávamos uma facilitação para esse momento de retomada. De um lado, temos esse aumento de preços, e do outro, os clientes, que também estão fragilizados por conta da pandemia e do desemprego”, diz.