Uma pesquisa inédita pretende mapear o perfil sócio-demográfico e as vivências das mulheres lésbicas em todo o país. Lançado de forma virtual, em agosto desse ano, a pesquisa é realizada pelo grupo Lesbocenso Nacional e deve coletar os dados até março de 2022. A supervisora responsável pelo estado do Acre, Karol Belmont, convida às mulheres a participarem do projeto.
“Precisamos entender quem somos aonde estamos, saber como pleitear as políticas públicas de nós para nós mesmas. É importante que a gente possa saber onde chegar e como chegar fazendo o enfretamento contra lesbofobia de forma correta e no Acre não é diferente, já que temos um dos maiores índices de feminicidio”, destaca.
O formulário é destinados para mulheres, acima de 18 anos, que residam no Brasil e se identifiquem como lésbicas. O documento é preenchido de forma anônima e pode ser acessado AQUI.
A ideia do projeto é alterar o cenário de subnotificações de crimes, violação de direitos e da falta de políticas públicas específicas para lésbicas e sapatão. O formulário pretende coletar informações sobre autoidentificação, trabalho, educação, saúde, relacionamentos, relações familiares e redes de apoio que as lésbicas e sapatão possuem nas diversas regiões do país. Um relatório final será divulgado ao público.
“O IBGE faz o censo, mas só separa os dados por ‘homem’ e ‘mulher’. E quando vamos falar sobre lesbocídio no Brasil, não temos dados, porque não sabemos identificar os tipos de violência cometidos a mulheres lésbicas no Brasil”, explica Karol.
O Lesbocenso Nacional é um grupo apartidário de mulheres lésbicas e de movimentos sociais. Até o momento, foram registradas pouco mais de 10 mil inscrições.
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