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Sejusp afirma que vai atender recomendações com relação ao atendimento à população LGBTQIA+

Um ano marcado por crimes e atos de preconceito contra a população LGBTQIA+ no Acre exige um olhar ainda mais reforçado para a segurança desta população.  A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) acatou, no final de agosto, a recomendação emitida pelo Ministério Público Federal (MPF) em conjunto com o Ministério Público do Acre (MPAC) para medidas relacionadas à segurança pública das pessoas LGBTQIA+.

Segundo a Sejusp, a Polícia Civil do Estado do Acre reforçou a todos os delegados de polícia de seu quadro, a exigência do cumprimento da Portaria nº. 272, de 31 de março de 2017. A norma ampliou a atribuição das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam), em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no sentido de apurar crimes de violência doméstica, assim definidos na Lei nº 11.340/2006, bem como a adoção das respectivas medidas protetivas e a apuração de crimes às mulheres transexuais e travestis, em situação de violência doméstica e familiar, sem prejuízo de suas demais atribuições.

Além disso, segundo a Sejusp, nos municípios do interior do Acre onde não há delegacias especializadas, foram adotados os mesmos critérios para apuração dos crimes de violência doméstica contra essa população.

A Sejusp informou ainda, que em 60 dias, será iniciado o uso de um novo sistema de atendimento de ocorrências policiais, o qual será capaz de registrar os dados dos envolvidos nos termos da recomendação conjunta, bem como informou que a demanda sobre “inclusão de dados relativos a pessoas LGBTQIA+ nos registros policias, como identidade de gênero, orientação sexual e nome social (Lei Estadual nº. 3.355/2017), de forma que seja possível o levantamento de dados estatísticos a respeito da violência LGBTfóbica no Estado Acre” a demanda foi encaminhada à unidade responsável pela análise criminal para fazer a inserção de dados conforme solicitado.

O item recomendado sobre treinamentos e capacitações regulares de seus agentes de segurança pública especificamente em relação à temática LGBTQIA+, que deverão contar com instrutores e instrutoras capacitados, e contemple, no mínimo a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e o Instituto de Administração Penitenciária, a Sejusp informou que incluiu o tema sugerido nas ementas dos cursos de formação, habilitação e aperfeiçoamento, bem como promoverá uma palestra com a referida temática no Curso de Formação de Soldados – CFSD PMAC 2021 e no Curso de Habilitação de Oficiais Administrativos.

Casos de 2021

Durante este ano, pelo menos três casos de preconceito e violência contra pessoas LGBTQIA+ chamara atenção para a relevância de medidas especiais no estado. Como o caso do jovem Lucas Lima que foi vítima de homofobia durante um “trote humorístico” em maio deste ano. Assim como o caso de transfobia contra Jullyana Correia, de 36 anos, que foi orientada a utilizar o banheiro de deficientes ao sair do banheiro feminino da Prefeitura de Rio Branco, em junho.

Outro triste e revoltante caso, foi o do artista Pedro Lucas, homossexual de 19 anos, que perdeu a visão do olho esquerdo após ser agredido com uma chave de fenda, em maio, na cidade de Rio Branco.

Veja também: Homofobia: estudante acreano é agredido e ameaçado por policial armado em Goiânia

 

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