Aureliano Pascoal Duarte Pinheiro Neto, acusado de homicídio contra Agilson Firmino dos Santos, mais conhecido como Baiano, deve sentar na cadeira de réu mais uma vez, no próximo dia 26 de outubro. Vinte e cinco anos após o chamado “Crime da Motossera”, a 1ª Vara do Tribunal do Júri marcou novo julgamento para ouvir cinco testemunhas de acusação e outras cinco de defesa em julgamento presidido pela juíza Luana Campos. Além do homicídio, ele deve responder por motivo torpe, tortura e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Aureliano é primo do ex-coronel da Polícia Militar do Acre (PMAC), Hildebrando Pascoal, condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato de Agilson Firmino, no caso que ficou conhecido como “crime da motosserra”, ocorrido em 1996. Na época dos fatos, Aureliano era comandante da PMAC e chegou a ser julgado em 2009, mas foi absolvido. Porém, em 2015, Câmara Criminal acolheu o pedido do Ministério Público do Acre e decidiu realizar um novo julgamento.
Relembre o caso
Agilson Firmino e o filho, Wilder Firmino, de 13 anos, foram assassinados em 1996, em Rio Branco, pelo grupo de extermínio que atuava no Acre na época, chamado “Esquadrão da Morte”.
Na época, Baiano – como era conhecido Agilson – havia se mudado com a família da Bahia (de onde eram naturais) para o Estado do Acre, onde abriram um restaurante de comidas típicas nordestinas. Foi onde ele conheceu José Hugo, o homem que matou com um tiro o irmão de Hildebrando, Itamar Pascoal, em 30 de junho de 1996.
Desde a morte de Itamar, Hildebrando, que ocupava o Comando da PMAC na época, iniciou uma caçada para encontrar o autor do crime. Baiano foi perseguido após presenciar a morte do irmão de Pascoal e, conforme consta no processo, foi torturado até morrer, tendo seus membros amputados com uma motosserra e os olhos perfurados. O filho de Baiano, de 13 anos, teve o corpo queimado com ácido, além de ter sido alvejado com disparos de arma de fogo.
Acusado de chefiar o grupo de extermínio no Acre, Hildebrando Pascoal cumpre pena na capital acreana por tráfico de drogas, tentativa de homicídio e corrupção eleitoral. Em 2009, ele foi condenado pela morte de Baiano, em penas que, somadas, ultrapassam os 100 anos.