Mais de 48 médicos efetivos e provisórios, que atuam na rede de atenção básica de Rio Branco, deflagraram greve, na manhã desta segunda-feira, 8, reivindicando a reestruturação do Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR) que, segundo os profissionais, está congelado há oito anos, além do reajuste do salário base e a realização de concurso público efetivo.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), Guilherme Pulici, explica a abrangência da greve, que tem seu término previsto para o dia 7 de dezembro. “Solicitamos à prefeitura a apreciação da reformulação do nosso PCCR, que foi apresentado em julho, e como não tivemos nenhuma resposta até agora, iniciamos a greve. Serão 30 dias de paralisação e estamos abertos ao diálogo. Caso cheguemos a um acordo, isso deve ser antecipado”, disse ele.
O movimento atinge em torno de 15 unidades que contam, exclusivamente, com médicos efetivos e aqueles com contrato provisório pela Prefeitura Municipal de Rio Branco, não envolvendo os profissionais que trabalham pelo Mais Médicos. Apesar de não ter atendimento médico, as unidades afetadas contam com outros serviços: distribuição de medicamentos, consultas de enfermagem, vacinação contra Covid-19, curativos, entre outros. Em alguns postos, a alternativa é remanejar alguns pacientes para outras unidades.
Negociações
Na tarde de ontem, representantes da categoria sentaram para conversar com a prefeitura de Rio Branco, mas não chegaram a nenhum acordo. Na ocasião, teria sido pedido que a negociação fosse vinculada à suspensão da greve, mas os médicos não conseguiram avançar com a situação. A prefeitura não apresentou contraproposta. Segundo o secretário de Gestão Administrativa e Tecnologia da Informação, Jhonatan Santiago, o reajuste só virá a partir de fevereiro de 2022.
Ainda na noite de segunda, os médicos votaram pela continuidade da greve na atenção primária de Rio Branco. Sem um acordo, 43% dos profissionais que trabalham para o município seguem no segundo dia de paralisação. O Sindmed-AC chegou a ajuizar um processo contra a prefeitura, cobrando a contratação de profissionais por meio de concurso público efetivo, exigindo a suspensão do processo seletivo simplificado, por contrariar a Constituição Federal.