Percorre-me a espinha um rápido calafrio
Esse torpor provoca em mim um arrepio
Pinto, rabisco, desenho, escrevo e negocio
Romances fartos em forma de prosa poética.
Oh, musa, talvez assim você me entenda
Lanço enfeite, teço rimas como faço renda
Não aprendi a fazer versos por encomenda
A nossa parca poesia é presente de Deus.
A minha poética é o meu maior acalento
Viajo direto da prosa farta para o lamento
Não necessito de solidão ou isolamento
O verso escorrega de mim sem interrupção.
Para as musas da minha rua sem nome,
Ou para aquelas que de amor têm fome
Para a diva que agora da minha vida some
Aí vai um desses sonolentos versos meus.