Integrantes da Associação de Mulheres Negras do Estado do Acre participaram na manhã desta quinta-feira, 9, de uma audiência na Câmara Municipal de Rio Branco. O debate foi sobre as agressões que a coordenadora do Núcleo de Mulheres Negras de Senador Guiomard, Mayra Silva Chaves, sofreu no dia 25 de novembro.
“Segundo o que foi relatado pela associação, a ativista sofreu um atentado, teve seus cabelos cortados e foi expostas a situação de tortura, além de sofrer injúria racial antes da ação criminosa. A entidade também alega que a polícia está sendo omissa em relação ao crime.
” Estamos aqui para buscar apoio dos vereadores no enfrentamento ao feminicídio. O índice de violência contra as mulheres é muito grande no Acre. Nossa campanha é para fortalecer a causa. Estamos com uma das nossas lideranças sendo ameaçada, foi sequestrada do quintal de sua casa, cortaram seu cabelo e fizeram ela correr sem roupa, dando tiros para cima. Foi um terror! O recado dos criminosos foi dado: saia da cidade. Queremos que a polícia faça alguma coisa, e não faça pouco caso da denúncia”, disse Almerinda Cunha, representante da Associação de Mulheres Negras do Acre.
Ela comentou que o ato criminoso ocorreu após uma manifestação realizada no dia 20 de novembro. “Isso ocorreu depois da manifestação realizada em novembro naquele município, no qual foi denunciado casos de estupro e de feminicídio, na maioria de mulheres negras. Não sabemos ao certo os motivos da agressão, aliás que não existem motivos para qualquer tipo de agressão. Como ela é uma pessoa muita ativa e que condena todo tipo de injustiça, alguém pode ter se ofendido com as denúncias que ela faz”.
“A reunião se faz necessária devido ao contexto de insegurança e desinformação mediante as agressões ocorridas com a liderança Mayra Silva Chaves, mulher negra, agricultora, mãe, que tem atuado no acompanhamento e proteção de mulheres e crianças vítimas de violência. As mulheres envolvidas na Associação estão acuadas, confusas e com medo. Como estratégia de fortalecimento e de proteção precisamos levar informações e articular ações de visibilidade e fortalecimento junto a elas e às autoridades municipais, estaduais, de direito e de segurança”, diz a nota publicada pela associação.
O movimento contou com o apoio da Rede MulherAções Neabi-Ufac e do Instituto Marielle Franco.