Foi uma tragédia anunciada porque os Três Poderes responsáveis pelo país dormiram no ponto. Todos sabiam, não fizeram nada, nem policiamento tinha na capital do Brasil.
A destruição foi orquestrada, organizada, abastecida e financiada, seguindo a cartilha Trumpista. O que aconteceu ontem em Brasília, foi o equivalente da invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, comprovadamente insuflada por Donald Trump.
Os vândalos aqui foram até mais traiçoeiros e, aliados a fanáticos religiosos, aproveitaram o sossego de um domingo meio invernal. Não dá mais para conciliar, para esperar que os acampamentos fiquem minguados aos poucos.
Os atos da tentativa de golpe são todos financiados por milícias, traficantes de madeira, garimpo ilegal, grileiros, igrejas, todo mundo sabe e fica fingindo que são inofensivos fanáticos. As velhas malucas são o escudo desse crime organizado. É hipocrisia perguntar quem são os “empresários”.
A subida da rampa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, pela maioria dos eleitores brasileiros, o compartilhamento da faixa entre brasileiros de carne e osso mostraram simbolicamente o novo paradigma, focado no enfrentamento às mudanças climáticas, na preservação da biodiversidade, no acolhimento dos saberes populares brasileiros, no desenvolvimento de uma economia que satisfaça a todos.
No dia 1º de janeiro de 2023, a praça dos Três Poderes estava lotada de pessoas assistindo, usando vermelho evidenciando uma eleição legítima que deve ser respeitada porque assim funciona uma democracia.
Muito triste ver uma tela histórica de 1962 perfurada em seis locais por vândalos antidemocráticos. O gigantesco óleo de Emiliano Di Cavalcanti estava num dos salões do Palácio do Planalto, sede do Governo Federal do Brasil. O relógio trazido por Dom João VI, exposto há mais de 230 anos e outras obras de arte de valores inestimáveis.
Em nada serviram ao Brasil os episódios deste triste dia 8 de janeiro de 2023, atentado violento contra o Estado Democrático de Direito.