Em 16 de maio de 1936, data do 30º aniversário de A Gazeta, Cásper Líbero escreveu o artigo reproduzido parcialmente nesta página. Hoje, exatos setenta anos depois, a mensagem do patrono segue mais viva do que nunca.
” A Gazeta faz anos hoje. É uma data bastante agradável para os que trabalham nesta casa, porque representa a afirmação de uma vitória coletiva. O corpo redatorial, a administração e as oficinas sentiram as mesmas esperanças, sofreram as mesmas tristezas, trabalharam com o mesmo ardor, para que A Gazeta atingisse a situação que hoje desfruta. Um jornal não é apenas um amontoado de máquinas, de onde saem para a rua as expressões do nosso pensamento, o clamor das nossas campanhas, a essência das nossas aspirações.
O jornal é um conjunto de pessoas que, doentes ou com saúde, trabalhando sobre o mesmo teto, com o mesmo ideal e sob a mesma bandeira, realizam com fé religiosa, todos os dias, sem descanso, haja sol ou chuva, calor ou frio, um esforço eficiente, apenas com o objetivo de projetar o jornal para o futuro.
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Podemos garantir ao público: na Gazeta todos formamos uma só família, esforçamo-nos por fazer o melhor possível o nosso jornal.
Não é sem propósito dizer as minhas impressões de diretor. A vitória da Gazeta reflete, antes de tudo, o espírito da nossa raça. É nesta, nos seus anseios, nos seus sofrimentos, ou nos seus momentos de prazer, que vamos buscar as emoções para transformá-las em diretriz e programa. É preciso que se saiba que o jornal deve ser o reflexo de sua cidade e não a cidade o reflexo do jornal.
E foi porque houvéssemos traçado esse caminho na nossa vida profissional que o povo de São Paulo sempre esperou da Gazeta a manifestação de uma grande honestidade profissional e de um grande espírito de justiça.
A situação de prestígio em que se colocou a Gazeta, tanto em São Paulo como no Brasil inteiro, é um reflexo da simpatia unânime pelas nossas diretrizes e a aprovação de tudo quanto temos feito.
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E assim vamos seguindo tempo afora com a Gazeta.
Outros diretores virão, mas uma coisa pode ser dita com a máxima segurança: hoje e sempre a Gazeta terá orientação própria. Poderá errar, mas os seus erros serão reflexos das suas convicções e da sua honestidade.
É assim que imaginamos entregar ao tempo a vida da Gazeta.”
Cásper Líbero