É um gesto edificante ajudar os mais pobres nessas festas de fim de ano. Contudo, a atitude mais coerente é a de se engajar por mudanças mais profundas na sociedade para diminuir a pobreza, por vezes, a miséria que ainda castiga milhares de pessoas.
O que se observa, de modo geral, nesses dias é uma preocupação exagerada em comprar e dar presentes, num consumismo frenético, sem atentar para o significado primeiro e mais profundo dessas datas, como o Natal e a passagem do ano.
Com isso, corre-se o risco de se aprofundar ainda mais as diferenças sociais, mantendo-se estruturas injustas que privilegiam uma camada ínfima da sociedade, enquanto a maioria continua sem as mínimas condições de viver, de uma moradia digna, de uma alimentação pelo menos sufi-ciente, de educar os filhos.
Sob esta perspectiva, causa espanto e revolta quando governantes tentam impingir que o país ou mesmo um estado vão bem de acordo apenas com índices de consumo. Quanto mais consumismo, mais bem-estar, dizem, ignorando que uma grande parcela da população ainda vive abaixo da linha da pobreza. Mesmo assistida por alguns programas assistencialistas.