A manhã do dia 23 de dezembro ficará marcada na vida da família Santi. A equipe do Grupamento Aéreo da Polícia Militar do Acre, junto com representantes da Secretaria de Segurança Pública, chegou de surpresa para uma visita de confraternização a bióloga Giuliana Santi 23, sobrevivente de um gravíssimo acidente rodoviário dia 14 de setembro deste ano, próximo ao Município de Manuel Urbano.
Ela é a primeira vítima de acidente resgatada pelo Helicóptero Comandante João Donato, adquirido neste ano pelo Governo do Estado através da Secretaria de Segurança Pública.
O reencontro da bióloga com a equipe foi marcado por fortes emoções. “Todos os dias da minha vida rezarei por vocês. Não consigo deixar de me emocionar todas as vezes que ouço o barulho do motor do helicóptero”, disse ela aos pilotos.
Para Roberto Santi, pai de Giuliana: “Este natal é especial para minha família. Marca o renascimento da minha filha. Agradeço de coração tudo que foi feito para salvá-la. Sua presença entre nós é uma prova da existência de Deus”.
A sobrevivente faz uma referência emocionada a enfermeira da Secretaria de Saúde lotada na equipe de urgência médicas do Pronto Socorro de Rio Branco, identificada por Ednéia.
“Contra sua vontade sucumbiu à insistência de familiares em viajar para Manuel Urbano. Temia as dificuldades que passaria na estrada e há muito custo aceitou fazer o passeio. Ela nunca tinha viajado naquela direção. Deus permitiu que fosse a primeira pessoa a chegar ao meu lado após o acidente. Prestou-me os primeiros socorros e sua intervenção foi fundamental para minha sobrevivência. Do local do acidente me acompanhou a Manuel Urbano. Lá se integrou à equipe de médicos e enfermeiros do Samu que havia ido me buscar. Foi ela juntamente com a equipe de pilotos. Ednéia é meu anjo da guarda”, relata Giuliana.
Relembrando os fatos
O helicóptero havia sido apresentado ao público dia 7 de setembro. Fazia voos inaugurais e foi comprado para atender diversas missões: não só na segurança pública, como também na área do meio ambiente e saúde. A equipe havia planejado um resgate simulado de vítima de acidente. A operação seria em um ponto qualquer da via Chico Mendes às 9 horas do dia 13 de setembro.
O “primeiro resgate de vítimas” realizado pelo helicóptero Comandante João Donato provaria na prática o que já vinha sendo preconizado em teoria. Enfim iria ser avaliava o custo benefício da aeronave.
O planejamento ainda estava sendo executado na prancheta quando um fato real mudou o curso da história. O que estava sendo planejado para uma simulação tinha que ser posto em prática, ali e agora.
Chega um pedido de socorro. Nas imediações do Município de Manuel um capotamento havia deixado três pessoas feridas, entre elas uma vítima de traumatismo craniano. Não havia tempo nem condições de deslocamento em carro para Rio Branco. Eram duas as vítimas a serem removidas para Rio Branco. Confirmado a gravidade do estado de saúde de uma das vítimas, as aeronaves se deslocaram para Manuel Urbano. Pousaram com dificuldades no pátio de um colégio.
A curiosidade dos alunos não deixava espaço seguro para o pouso. A Ciatran foi convocada para controlar o trânsito. A equipe de suporte terrestre já se fazia presente nas imediações da Churrascaria do Oscar onde pousariam as duas aeronaves.
Três horas após o acidente, as vítimas mais graves, os biólogos Filogônio Ribeiro 57, e Giuliana Santi, já estavam sendo atendidas na UTI do Hospital Geral das Clínicas de Rio Branco – URBS.
Os agradecimentos
Giuliana diz que agradeceu a Deus por ter posto em seu caminho, o major Josiley Gonçalves e o Capitão Vieira Lins, o major Albuquerque e o capitão Negreiros, ao secretário de saúde Oswaldo Leal, a enfermeira Eneida e demais plantonistas do Pronto Socorro.
A família Santi se comove com a generosidade de tantas pessoas. “Todos tiveram um papel importante para no salvamento e recuperação da minha filha”, afirma a senhora Ornella Santi, mãe de Giuliana.
Os pilotos igualmente se emocionaram. O capitão Negreiros dá seu testemunho de ter vivenciado dois momento importantes em sua vida. “O primeiro quando pousamos com as vítimas nas imediações do Pronto Socorro. E este momento aqui, vendo e conversando com a vítima em plena recuperação e fora de perigo”.
Giuliana ainda faz fisioterapia, toma medicamentos e faz exercícios psicomotores. As marcas do acidente ainda são visíveis em seu corpo, mas não o abalam ou diminuem sua fé. Está ansiosa. “Retorno ao trabalho em fevereiro”.
Uma oração de agradecimento envolve todos numa comunhão de fé. É natal e todas as esperanças se renovam!!
(Agencia de Noticias do Acre)