Todos os anos os moradores de Rio Branco assistem a mesma novela com a cheia do Rio Acre. Famílias inteiras dos bairros ribeirinhos da Baixada da Habitasa, 6 de Agosto, Adalberto Aragão, Triângulo Novo, Taquari e Cadeia Velha sendo removidas para abrigos ou casas de parentes. Preocupante é o fato de tanto os moradores quanto às gestões públicas terem conhecimento prévio e consciência do desfecho da história a cada inverno amazônico.
É preciso gastar milhões de reais para a remoção das famílias, manutenção das condições básicas nos abrigos, moni-toramento social e recursos para reconstrução das casas. Todos entendem que a solução definitiva do problema não é simples. Existe a questão da afetividade dos moradores com o local onde vivem. Já foram feitas ao logo da história da Capital várias tentativas de remoções definitivas de ribeirinhos que acabam voltando para o lugar de origem.
No entanto, essas regiões urbanas às margens do Rio Acre são consideradas áreas de risco e de vulnerabilidade social. O Governo já acenou com a possibilidade de remoção de várias dessas comunidades para as casas que estão sendo construídas pelo seu projeto habitacional. Mas esse trabalho precisa ser feito com o apoio de assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais para quebrar a resistência dos ribeirinhos.
Quem sabe assim eles possam se estabelecer definitivamente no novo bairro. Senão essa novela das inundações, em Rio Branco, irá se repetir eternamente de forma cansativa para todos.