Vale insistir: médicos da rede pública prestam um serviço essencial, o de garantir a saúde da população e salvar vidas. Por isso mesmo, não podem, simplesmente, cruzar os braços, fazer greve, como estão anunciando, e a população que se dane.
Sem lhes tirar o direito de fazer suas reivindicações – e várias delas são justas – como a qualquer trabalhador, precisam abrir os canais de negociação com o governo e chegar a um entendimento razoável sobre o que pode ou não ser atendido.
De sua parte, o governo, através do setor responsável pela saúde pública, precisa igualmente dar-se conta da gravidade do problema e se dispor para o diálogo, sem pressões indevidas ou até mesmo chantagens de ambos os lados. Presume-se que tenham maturidade suficiente para isso.
Se a saúde pública já não anda bem, com as epidemias de dengue, malária, gripe, que assolam o Estado, um clima de insatisfação ou paralisações, com certeza, trariam conse-qüências graves.
É conveniente lembrar, tanto aos médicos quanto ao governo, que garantir a saúde pública é um dever do Estado e um direito do cidadão. Uns e outro, portanto, serão responsabilizados pelo que possa acontecer.