Recentemente disponibilizado aos produtores rurais o Ceasa de Rio Branco acabou entrando na pauta do debate, ontem, na Aleac. A oposição aproveitou o gancho do entreposto para fazer críticas à política agrícola do Governo. A defesa solitária foi do deputado Thaumaturgo Lima (PT) que ocupou várias vezes a tribuna para mostrar os argumentos governistas. “O Ceasa é uma política do Governo e da prefeitura para incentivar a produção da zona rural”, afirmou.
Quanto ao desenvolvimento do setor no Acre, Thaumaturgo ponderou: “o primeiro passo é criar uma infra-estrutura para que os produtores possam escoar os seus produtos e também um local adequado para que possam comercializá-los. O Governo vem trabalhando forte, principalmente, na assistência técnica, na infra-estrutura para que a produção possa avançar e haja crescimento econômico tanto na zona rural quanto urbana. É isso que está sendo criado com o Ceasa que será um entreposto à produção. Agora, ser contra a construção do Ceasa é falta de bom senso e de conhecimento do que é um Ceasa na vida dos produtores na zona rural. O Governo está no caminho certo, inclusive, asfaltando vários ramais e essas críticas não são produtivas. Não dá para entender o que a oposição quer. Como eles não têm projetos ficam criticando tudo o que o Governo faz, mas tenho certeza que a população está atenta às nossas realizações”, salientou.
A deputada Idalina Onofre (PPS) contestou a afirmação. “Não me manifestei contra a construção do Ceasa. Acho que o espaço é necessário, mas vai colocar qual produto? Estou questionando que nós não temos produção para abastecer o Ceasa. O produtor que traz a sua mercadoria nas costas como é que vai abastecer um Ceasa? Só externei o pensamento dos engraxates de Rio Branco que estavam fazendo esse comentário na frente da Aleac. Pesquisei nos supermercados acreanos que a produção agrícola existente é goiaba de São Paulo, a maçã, a pêra e a uva de fora. Isso é o que vai ser colocado na Ceasa? O que nós queremos é que o Ceasa seja abastecido com produtos da região. Mas com esses ramais que temos e o incentivo que o Governo dá aos produtores rurais não vamos ter nenhum grãzinho de milho”, ironizou.
Outra que questionou a política agrícola foi a deputada Antonia Sales. “O produtor já está sendo explorado pelo atravessador. Diferente do governo do Flaviano Melo (PMDB) que construiu a Cageacre em Rio Branco quando se comprava diretamente do produtor por um valor justo para se vender à população e não se aumentava nenhum centavo. O benefício era para o produtor e o consumidor. Mas no caso do Ceasa da Capital está se explorando o produtor e assaltando o bolso do comprador”, protestou.
Já o tucano Donald Fernandes (PSDB) preferiu fazer uma análise mais ponderada do debate. “Sou favorável que o Ceasa exerça uma função importante e seja um exemplo para se levar para o interior. O Ceasa deveria absorver toda a nossa produção. No entanto, estamos numa situação ridícula porque estão produzindo e não têm como tirar pelo fato dos ramais estarem intrafegáveis. Então, quem vai buscar os produtos dentro dos ramais são os atravessadores que têm carros tracionados. Compram por preços vis e trazem para o Ceasa para venderem pelo preço que bem entenderem. Tem que mudar o sistema para que os produtores tenham espaço para venderem diretamente os seus produtos pelo preço que acharem melhor”, explicou.