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A influência espanhola no vocabulário português

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
28/04/2010 - 03:49
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O texto de hoje fala da influência espanhola na cultura e na língua portuguesa, como uma conseqüência histórico-social das relações entre povos e raças que desfrutam à liberdade de vida, cria-ção, interpretação das coisas do mundo que precisam ter um nome. Assim, é fato conhecido de algumas pessoas a influência de uma cultura sobre outra, de uma língua na outra. Isso ocorreu com a língua portuguesa que, na constituição de seu vocabulário, lançou mão do saber de outros povos, outras, raças, outras culturas. Herdaram-se palavras latinas, gregas, germânicas, celtas, árabes, francesas, inglesas, africanas, indígenas, espanholas, na constituição do léxico português, como se vê neste breve artigo.

Antes de tudo é bom dizer que a influência de outras culturas, no idio-ma português, representa uma riqueza e não um prejuízo como alguns possam acreditar, pois as palavras estrangeiras, de origens diversas, são assimiladas, no curso do tempo, ao ponto dessas formas adquiriram direito de vernaculania, que é, em síntese, a cidadania da palavra.

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A língua portuguesa, segundo sua história externa, nasceu no oeste Península Ibérica, Europa Ocidental, onde estão Portugal e Espanha. Essas terras eram domínio do Império Romano, há mais de 2000 anos. Quando o Império Romano caiu, no século V, a dialetação do latim se intensificou e vários dialetos foram se formando. No caso específico da península, foram línguas como o catalão, o cas-telhano e o galego-português (falado na faixa ocidental da península) as trilhas que conduziram ao surgimento do português. E foi o galego-português, precisamente, que gerou o português e o galego (mais tarde uma língua falada apenas na região de Galiza, na Espanha).

Entre meados do séc. XV e fins do séc. XVII o espanhol serviu como segunda língua para todos os portugueses cultos. Os casamentos de soberanos portugueses com princesas espanholas tiveram como efeito uma certa “castelhanização” da corte. Os 60 anos de dominação espanhola acentuaram esta impregnação lingüística. É somente depois de 1640, com a Restauração e a subida ao trono de D. João IV, que se produz uma certa reação antiespanhola. O bilingüismo, todavia, perdura até o desaparecimento dos últimos representantes da geração formada antes de 1640. A maioria dos escritores portugueses escreve também em espanhol, por exemplo: Gil Vicente, Sá de Miranda, Luis de Camões, Francisco Manuel de Melo.

O volume de contribuição do espanhol, ao português, data, essen-cialmente, da época do predomínio político e literário da Espanha. Alguns dos termos, em causa, situam-se no ambiente cortesão: <<cavalheiro>>, <<lhano>>, <<airoso>>; outros se referem a noções militares: <<cabecilha>>, <<caudilho>>, <<guerrilha>>; outros à terminologia taurina: <<ganadaria>>, <<ban-darilha>>, <<muleta>>; outros a costumes e vestuário tipicamente espanhóis: <<tertúlia>>, <<chiste>>, <<boina>>, <<mantilha>>, abstraindo de muitos outros vocábulos, pertencentes a campos semânticos diversos, como <<faina>>, <<trecho>>, <<tijolo>>, <<moçoila>>, <<hediondo>>, << moreno>> e o próprio étnico castelhano, que usurpou o lugar do ant. Castelão. Diga-se, ainda, que existem não poucos castelhanismos perfeitamente integrados na fonética do português e, por isso, difíceis de identificar.

A partir do séc. XVIII o espanhol deixa de desempenhar o papel de segunda língua de cultura, que passa então a ser exercido pelo francês. É nos livros franceses que os portugueses vão buscar boa parte de sua cultura, e é por intermediário dele que entram a maioria das vezes em contato com o mundo exterior. Mas essa nova tendência não apaga da língua camoniana a forte presença espanhola que perdura, na língua portuguesa, até os dias atuais.

DICAS DE GRAMÁTICA

PARA MIM ou PARA EU LER?
É um hábito muito arraigado no Brasil a fala “disse para mim ir, para mim trabalhar, para mim descansar”. Tem uma explicação para isso, se se considerar que toda língua transplantada é mais arcaizante que a original: no período em que se falava o português arcaico – entre os séculos XII e XVI, justamente quando o Brasil foi descoberto – usava-se o pronome pessoal sujeito pelo pronome complemento e vice-versa. Exemplos apresentados na Gramática Histórica de Ismael de Lima Coutinho (1968: 67): o coração pode mais que mim [em vez de ‘que eu’] e enforcariam ele [‘ele’ no lugar de ‘o’]. E assim usa-se até hoje.
– Na verdade, segundo o padrão culto da língua portuguesa, o “mim” não faz nada. Então diga: Para eu ler, para eu fazer, para eu dizer etc.
 
ESTÁVAMOS “EM” QUATRO À MESA?
– Em absoluto! O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa.
Da mesma forma: Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
 
SENTAR NA MESA ou SENTAR À MESA
– Sentou “na” mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) “em” é sentar-se em cima de.
É prudente dizer: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, sentou-se à máquina, sentou-se ao computador.

Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mestra em Letras pela Universidade Federal Fluminense; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da Academia Acreana de Letras.

 

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