“Enquanto eles operam com apenas uma bomba de captação de água para toda a cidade, centenas delas aguardam reparo num verdadeiro ‘cemitério do equipamento’ nas dependências da ETA II”. A declaração é de José Janes Gomes, diretor do Sindicato dos Urbanitários, após fazer uma vistoria nas unidades do Sistema de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb). Desde o mês passado, a cidade enfrenta o que ele considera de uma ‘crise’ no abastecimento de água.
O sindicalista critica, também, a ausência de manutenção e o sucateamento de equipamentos. Ele afirma que a autarquia não possui peças de reposição, principalmente eixos, o que estaria causando a falta de água em alguns bairros. “Quando eles mandam para conserto, na fábrica, em São Paulo, a peça volta só depois de 20 dias”, critica Janes.
Ainda segundo ele, as bombas estariam sendo ‘quebradas’ por falta de uma central de comando automatizada, com censores que emitem alarmes e interrompem o funcionamento, em casos de falta de óleo ou defeitos nos rolamentos. “Para piorar a situação, o quadro de comando, orçado em R$ 300 mil, foi queimado durante barbeiragem de um técnico trazido de outro Estado”, disse ele.
OUTRO LADO
Rebatendo as acusações, o diretor-presidente da autarquia, Eduardo Vieira, tachou as informações de José Janes como ‘distorcidas’. “Em primeiro lugar, nunca existiu só uma bomba funcionando na captação da ETA II. A estação funciona com três, uma das quais acabou de ser consertada no Estado de São Paulo, devendo chegar a Rio Branco amanhã. Na ETA I, o Saerb opera com duas bombas e a situação está 100% normalizada”, esclareceu Vieira, que ainda acrescentou: “Todo o sistema passa por revisão semanal, através de uma empresa contratada”.
O que ele (sindicalista) chama de ‘cemitério de bombas’, prosseguiu o diretor, contrariando as afirmações de que elas esta-riam em um depósito da ETA II, Vieira também fez ‘esclarecimentos’: “Quase todas estão fora de linha e não há como recuperá-las. Em todo o sistema, ou seja, em 23 unidades, a autarquia possuiu apenas 54 bombas”, contrapôs Eduardo Vieira.
Ele negou, ainda, que tenha gastado R$ 300 mil para substituir o quadro de comando. “Essa situação já existia antes de assumirmos o Saerb. Gastamos apenas R$ 60 mil com um quadro novo”, rebateu mais uma vez o diretor.