Familiares irão recorrer nos Estados Unidos a ação contra uso indevido de imagem
O julgamento sobre os direitos de imagem do líder sindical Wilson Pinheiro no filme ‘Amazônia em Chamas’ aconteceu na manhã de hoje, 15, no Tribunal de Justiça do Acre (TJ/AC).
O filme, produzido pela Warner Bros em 1944 e dirigido por Jhon Frankenheimer, conta a história de Chico Mendes, morto em dezembro de 1988, em Xapuri.
De acordo com Paulo Dinelli, advogado da família de Wilson Pinheiro, foi movida uma ação contra a produtora norte-americana por conta do uso indevido da imagem do sindicalista, expondo a sua vida pessoal e íntima sem o consentimento dos familiares. A indenização pedida pela família foi no valor de R$ 180 mil.
A advogada da Warner Bros informou que o filme menciona fatos públicos e históricos. Além disso, nos pequenos trechos em que o sindicalista foi citado, o filme o retratou sempre de forma boa, sem comprometer a sua imagem.
A desembargadora e relatora do processo, Eva Evangelista, afirmou que a família não deu andamento na ação rescisória durante o prazo estabelecido (2 anos), ou seja, o advogado não recorreu durante esse período. Por unanimidade, o tribunal decidiu que há regras a serem cumpridas e pela ‘falha técnica’, a família perdeu a causa.
Irismar Paiva Pinheiro, filha de Wilson Pinheiro, informou que a família irá recorrer da sentença, mas com outro advogado. “Na 1ª audiência o Dr. Paulo chegou atrasado. Desde o começo ele teve falhas, além de não atender meus telefonemas”, disse Irismar.
A presidente da Central Única dos Trabalhadores do Acre (CUT/AC), Rosana Nascimento, informou que a CUT Nacional irá entrar com uma ação contra a produtora nos Estados Unidos, onde eles terão o apoio do movimento sindical do país.
Quem foi Wilson Pinheiro?
Wilson Pinheiro atuou ao lado de Chico Mendes pela preservação da Amazônia. O líder introduziu o seringalista no movimento sindical. Há 31 anos, Wilson Pinheiro foi assassinado em Brasiléia.