Reunidos no Teatro dos Náuas, em Cruzeiro do Sul, 400 profissionais de todo Acre participaram do II Encontro de Marceneiros. Um ano após o primeiro evento, o tom foi de superação.
“Nós não tivemos mais problemas com acesso de matéria-prima”, disse o presidente da Associação dos Moradores do Bairro Bahia, José Cunha. Ele coordena a única marcenaria comunitária do Acre, a Marcenaria Comunitária do Bairro Bahia, em Rio Branco. “O cenário é de mudança”.
“Ainda temos muito a avançar”, reconhece o vice-governador do Acre, César Messias, na abertura do encontro. “Mas, é impossível não reconhecer os avanços concretizados durante um ano priorizando o setor”.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis, Edvaldo Magalhães, ressaltou as mudanças institucionais executadas após o Pacto de Rio Branco, selado há um ano. “Foi preciso um convencimento interno das instituições de governo, além da organização da produção e da comercialização”, afirmou. “Esse encontro é uma celebração de esperança”.
Uma reivindicação consensuada entre os marceneiros diz respeito à possibilidade de as portas e janelas usadas nas casas populares cons-truídas por programas ofi-ciais serem confeccionadas nas pequenas marcenarias.
“Nós tínhamos um cenário conflituoso”, lembrou o procurador de Justiça, Sammy Barbosa, representante do Ministério Público do Acre no evento. “Com essas medidas concretizadas, nós estamos construindo novas referências e novos modelos de atuação entre órgãos fiscalizadores, governo e setor produtivo”.
Cinco pontos de avanços foram destacados durante o II Encontro de Marceneiros: garantia de preço baixo ao insumo (R$ 400 o metro cúbico); licenciamento para operação de 4 anos (sem custo para o marceneiro) de 144 empreendimentos que antes operavam na ilegalidade; execução do programa de Compras Governamentais que priorizou as pequenas marcenarias; investimentos de R$ 45 milhões para implantação de 9 Parques Industriais em regiões estratégicas do Acre e perspectivas de qualificação com parce-rias firmadas na Itália.
Atualmente, 252 processos de licenciamento estão finalizados. Isso significa que falta apenas o carimbo do Instituto de Meio Ambiente do Acre para que o documento seja formalizado. A estimativa do governo é de que todas as pequenas marcenarias do Acre estejam com licenças expedidas até o fim de maio.
De março a novembro de 2013, dez jovens do Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário (Cetemm) vão participar de um intercâmbio na Escola Politécnica da Itália, o maior centro de design mundial. A informação foi reforçada pelo governador do Acre, Tião Viana, durante o II Encontro de Marceneiros.
Em função do horário, a Carta de Cruzeiro não foi lida, mas será entregue ao Gabinete de Governo e à bancada federal do Acre.
Hoje, o governador do Acre, Tião Viana, inaugura o Parque Industrial Florestal de Cruzeiro do Sul onde haverá 15 galpões destinados a empreendimentos do setor marceneiro. Na edição de amanhã do Acre Economia, uma reportagem mostra os detalhes a respeito do Programa de Apoio ao Setor Marceneiro e as mudanças concretizadas no último ano.