Afora o resultado já esperado, a sociedade brasileira teve a oportunidade de assistir e conferir um por um o nível, o comportamento ético moral dos deputados federais que votaram, no último domingo, pelo prosseguimento do impeachment da presidente da República.
O que se viu foi um espetáculo deprimente. Com poucas exceções, sem se ater ou pelo menos citar o motivo principal pelo qual estavam votando, a maioria aproveitou para lembrar da esposa, dos filhos, do pai, da mãe, dos avós, só faltou do papagaio. Sem falar das ameaças e até cusparadas.
Contudo, o mais ostensivo, surreal mesmo, foram os adjetivos que dezenas de parlamentares aproveitaram para desferir contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha chamando-o de bandido, gangster e outros.
Ou seja, um criminoso presidindo uma sessão para julgar alguém que teria cometido algum delito. De qualquer modo, o resultado foi exarado, o processo segue agora para o Senado, onde, pelo menos, se espera um nível mais elevado.
Outro aspecto é o de que parte da culpa pelo resultado cabe ao Governo que foi incapaz de se articular e montar uma base parlamentar minimamente competitiva para fazer frente ao problema.