Em entrevista ao Jornal Gazeta 93, na manhã desta quinta-feira (19), o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (Progressistas) disse que decidiu exonerar a corredora-geral do município Janice Ribeiro Lima porque, segundo ele, estava tendo comportamentos inadequados para a função.
“A verdade é que os comportamentos dessa senhora não foram tão bons quanto deveriam ser, da forma como ela se relacionou com a própria PGM (Procuradoria Geral do Munícipio). A gente tomou a decisão de exonerar a Janice porque ali as coisas não estavam andando bem. A PGM determinou que a corregedoria só pode trabalhar em ações contra funcionários efetivos e não contra secretários, e aí ela continuou insistindo nessa situação e outros problemas que estavam acontecendo e que não quero falar porque, como prefeito, eu quero o melhor para o município.”, disse.
Bocalom saiu, mais uma vez, em defesa do secretário municipal de saúde, Frank Lima, investigado por denúncias de assédio sexual, com Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela agora ex-corregedora.
“Não quero perseguições. Não quero sacanagem, não quero roubalheira e não quero coisa errada. Gosto de andar em cima das coisas corretas. Então o que fiz foi substituir por alguém que sei que vai dar seguimento nas coisas de forma correta. O que está acontecendo com o Frank Lima é porque ele está dando resultado. Ele está fazendo a coisa bem feita, é porque ele está quebrando um grupo de pessoas que tinha dentro da Secretaria de Saúde, pessoas que roubavam a Prefeitura, na compra de medicamento e produtos para saúde. Mas quem vai dizer é a Justiça. Se a Justiça disser que o Frank tá errado, na mesma hora será exonerado, mas enquanto não disser, não posso, simplesmente porque alguém suspeitou. A nossa gestão não será influenciada por interesses corruptos.”, afirmou
Ainda sobre o assunto, o prefeito informou que para o lugar da ex-corregedora, confirmou a nomeação do coordenador de Assuntos Jurídicos e Atos Oficiais, Jorge Eduardo Bezerra de Souza Sobrinho. “Já nomeei o doutor Jorge, que é um advogado também, uma pessoa honesta que trabalhou no Ministério Público.”, completou.
Relação com a Câmara Municipal
Ainda na entrevista ao Jornal Gazeta 93, o prefeito Bocalom foi indagado sobre sua relação política com os vereadores de Rio Branco, a partir do fato de não ter um líder na Câmara Municipal para fazer a interlocução mais direta entre com Parlamento. A esse respeito, ele considera ter realizado uma “quebra de paradigma”.
“Foi uma opção desde antes da eleição. Eu sempre disse que nós queríamos a independência dos Poderes. O Legislativo com a função deles de propor soluções, de propor leis e fiscalizar o Executivo, e a minha função é realizar e fazer de forma transparente, de forma que a gente não erre e que procure gastar bem o dinheiro público. Não fiz intervenção na eleição da mesa diretora da Câmara. Eles elegeram quem quiseram, e eu não tive influência lá, coisa que todo prefeito faz.”, disse.
Para o prefeito, a figura do líder e da base de apoio é algo que pode surgir naturalmente. “Até hoje não temos um líder porque eu quero que esse líder nasça de forma natural. A base que, de repente, vai se formar, vai ser de forma natural, em função do trabalho que a gente vai realizar. Então como eu não tenho nenhuma vontade e não vou deixar o roubar o Município ou fazer coisa errada, ou errar o menos possível, então não tem porque eu ficar tendo os vereadores na minha mão. E eu estou feliz da forma que eles estão fazendo. Eu duvido que algum prefeito atendeu às reivindicações de vereadores como eu venho atendendo. Em apenas sete meses, é uma quantidade enorme de indicações, e nós atendemos 76% dos pedidos deles. Isso é uma quebra de paradigma.”, frisou.
Viagens
Outra indagação ao prefeito sobre suas viagens a Brasília, uma das pautas constantes de críticas dos vereadores. “Questionam aqueles que estavam acostumados a fazer muitos acordos, que tinha antigamente e questionam aqueles que não admitem que o Bocalom, aquele prefeitinho de Acrelândia, como sempre diziam, de repente, vira prefeito da Capital e, de repente, muda totalmente o modelo de gestão pública de Rio Branco. Aonde propõe uma independência entre os poderes e que, graças a Deus, estou vendo bons frutos. Criticam aquele grupo que fazia parte da panela que roubava a Prefeitura e que eu tirei as tetas das bocas deles. E vou continuar indo Brasília, não é conversa de meia dúzia de desmamados que vai me fazer deixar de ir a Brasília. Precisamos ir a Brasília porque precisamos trazer dinheiro para Rio Branco.”, defendeu.
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