A 32 dias para o Natal e 39 dias para o reveillón, a fronteira terrestre que liga o Acre ao Peru, um dos destinos turísticos prediletos dos acreanos, continua fechada e sem data para reabertura.
Assim como outros países da América Latina, o Peru fechou as fronteiras terrestres em março de 2020 na tentativa de conter a propagação do coronavírus. Somente em setembro de 2021 o país decidiu flexibilizar as medidas, permitindo a entrada de turistas do Brasil, mas apenas por via aérea, desde que comprovem a terem tomado pelo menos duas doses de vacina contra a covid-19, há pelo menos 14 dias do voo ou apresentem teste negativo para a covid-19 feito há, no máximo, 72 horas.
Em setembro deste ano, o embaixador do Peru no Brasil, Javier Yépez, participou de um encontro com instituições empresariais e governamentais, na Federação das Indústrias (Fieac). Na ocasião, ele destacou: “Confiamos que a fronteira estará aberta proximamente. Isso é interesse dos dois países, porque é comércio, é turismo e relacionamento entre os países”.
Embora o fechamento da fronteira gere impactos econômicos e turísticos para o Acre, o governo do Estado informou que as tratativas estão sendo feitas pelo Ministério das Relações Exteriores por meio das embaixadas e reafirmou que a abertura ou fechamento da fronteira é uma questão de soberania do governo federal do Peru.
Amante declarado do país vizinho, o psicólogo Cassio Santana, de 34 anos, monitora com grande expectativa a abertura da fronteira.
“Estou numa expectativa muito grande pela abertura da fronteira do Brasil com o Peru. Desde que tomei a segunda dose da vacina contra a covid-19 e com os avanços da imunização tenho acompanhado junto ao consulado peruano sobre abertura da fronteira frequentemente. Há alguns anos, quase sempre, costumo passar o réveillon na cidade Cusco, por ser próximo da nossa capital e vou de três a quatro vezes ao ano ao país vizinho. É um lugar encantador, com diversos passeios como uma das sete maravilhas do mundo moderno (Machu Picchu) e por ser considerada uma das melhores culinárias [do mundo]”, diz ele.
Blogueira de viagens sugere alternativa
Criadora de conteúdo digital especializada em conteúdo turístico, Thalita Figueiredo conta que, apesar da restrição terrestre, quem quiser mesmo ir para o Peru neste final de ano ainda pode buscar outras alternativas, como a entrada no país por meio do vizinho, Bolívia.
“Para o viajante acreano que quer realmente passar a virada do ano para o Peru, a nossa estratégia sem ter que ir pra São Paulo é usar nossa fronteira com a Bolívia que tanto terrestre quanto aérea seguem abertas, e quando eu falo terrestre é seguir de Rio Branco até Cobija e pegar um voo de Cobija até La Paz e um outro voo de La Paz até Cuzco ou Lima”, explica Thalita, reforçando que o custo dessa estratégia pode ser até R$ 4 mil mais barata, se comparado aos preços praticados hoje para ir de São Paulo a Cuzco.
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