Após sua participação na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), neste mês, em Glasgow, o ex-senador e ex-governador do Acre, Jorge Viana, concedeu uma entrevista aos jornalistas Brenna Amâncio e Tiago Martinello, do Jornal Gazeta 93, para falar sobre a crise climática, a participação do Brasil na conferência e seu futuro na política.
A COP 26 reuniu quase 200 países em busca de ações efetivas para a redução das emissões de gases poluentes e do ritmo acelerado de aquecimento global, assuntos que deveriam ter papel de protagonismo nos debates das grandes lideranças. Para o ex-político, todos devemos reservar uma parte do nosso tempo para essa questão. “O mundo precisa iniciar uma nova fase, se não quisermos que as coisas piorem”, disse ele.
Viana, que é coordenador do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE ECO), produziu um trabalho informativo, durante sua participação na COP, entrevistando importantes nomes que buscam uma solução para a preservação da biodiversidade do Brasil e do mundo. Ele gravou com ex-ministros, técnicos, cientistas e pessoas que estudam o assunto, para, posteriormente, compartilhar os conhecimentos e a experiência.
Quando perguntado se o Acre pode se desenvolver sem deixar de lado a pauta da preservação ambiental, Viana respondeu que o estado pode ter uma bela oportunidade: “Um lugar como o Acre pode ganhar muito com a regulação no mercado de carbono, mas temos que ter as autoridades entendendo isso, estudando, e não indo a Glasgow de última hora. Lá não é local de negociação de projetos, isso se faz durante anos, trabalhando com uma equipe especializada, pensando no bem estar do nosso povo”.
Quanto à atuação do Brasil na conferência, Jorge parabenizou os líderes que levaram propostas concretas, mas criticou o Governo do Brasil. “Estou preocupado porque o governo está muito mal nesse aspecto. É um crime os envolvidos continuarem sendo negacionistas em relação à pandemia e ao aquecimento global. O mundo está mudando, e o Brasil não pode ficar para trás, negando ciência”, queixou ele.
“O Brasil detém 20% da biodiversidade do mundo, é um país que poderia alimentar o mundo e agora está faltando comida até para os nossos. Precisamos construir uma sociedade descarbonizada, porque tudo que se faz hoje emite gases de efeito estufa, e o planeta não está aguentando. É necessário começar a trabalhar com energias renováveis, sustentabilidade e com a ideia de não poluir mais”.
Os entrevistadores questionaram se Jorge pretende se lançar como pré-candidato ao Senado ou ao Governo do Acre e, segundo ele, nada foi definido ainda. “É uma decisão que tomarei só no próximo ano. Não sou candidato a nada ainda, mas estou muito preocupado com a situação do Acre. Não quero ser indiferente, se eu puder ajudar com minha vivência, tenho a obrigação de tentar. Tenho esperança de que esses tempos difíceis ficarão para trás, mas para isso precisamos de lideranças políticas que tenham propostas, que trabalhem”, finalizou Viana.